terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Espuma com capacidade de induzir formação de novo tecido ósseo


Olá amigos. O ano novo começou com a divulgação de um trabalho super interessante feito por pesquisadores franceses. Trata-se de uma espuma injetável que poderá ser usada para recuperação de ossos lesionados. Essa esponja é uma mistura de um cimento especial conhecido como CPC que significa cimento de fosfato de cálcio com um hidrogel de nome bem complicado (metilcelulose hidroxipropil-sialinizada). A tecnologia dos CPCs teve sua primeira aplicação em 1920 e desde então vem sendo utilizada em cirurgias ortopédicas. Mas as técnicas tradicionais não são favoráveis para o reestabelecimento dos tecidos mais frágeis, como as lesões de osteoporose verificadas na terceira idade. Os CPCs tradicionais utilizam microporos, o que não permite uma maior aeração, ou seja, espaço para passagem de substâncias e nutrientes para todo o tecido.
O novo material, ao invés de utilizar microporos, utiliza macroporos, ou seja, poros maiores que permitem maior aeração e oxigenação, maior crescimento de células que irão produzir a matriz extracelular óssea e, portanto, melhor recuperação do tecido ósseo. Ainda mais, a grande vantagem surge da fácil manipulação do material que, através de uma seringa, pode ser injetado na região da lesão, sem necessidade de cirurgia, trazendo assim muito menos desconforto ao paciente. Testes primários já foram realizados com excelentes resultados. A espuma se mostrou biocompatível e funcional, levando a formação de tecido ósseo no local da injeção. Já imaginou no futuro, tratar as lesões ósseas com uma simples injeção de uma espuma? Que 2016 venha com mais boas notícias científicas! Um abraço biologicamente engenheirado!
Para mais detalhes, veja o artigo científico na íntegra: 10.1016/j.actbio.2015.11.055

Espuma a olho nu (esquerda) e observada em microscópio eletrônico de varredura (direita). Imagem obtida do link: http://www.rsc.org/chemistryworld/2015/12/injectable-foam-biomaterial-bone-repair