domingo, 2 de abril de 2017

Homem-máquina

Estamos em 2017, mas quem aí se lembra do Policial Biônico de 1987, o RoboCop? Esse é apenas um exemplo do sucesso que o imaginário biônico faz em Hollywood. Temos o famoso Darth Vader de Guerra nas Estrelas, o detetive Del Spooner vivido por Will Smith em Eu, Robô, entre outros tantos. Um órgão, ou um tecido biônico funciona com a ajuda da eletrônica, da cibernética. Trata-se de toda uma ciência que busca conectar células e tecidos vivos aos circuitos eletrônicos de um computador, de um chip, algo realmente incrível! Semana passada foi anunciado que esse ramo da ciência ganhará um importante auxílio, o de Elon Musk. Se você não o conhece, digamos que Elon Musk é, ou pelo menos pretende ser, um Barão de Mauá em escala global dos tempos atuais. É o cara por trás da Tesla (carros elétricos etc) e a SpaceX (aquela dos foguetes espaciais reutilizáveis). Agora ele vem aí com a Neuralink, uma empresa que vai investir na conexão do cérebro com computadores. Na opinião de Musk, humanos devem se tornar ciborgues para continuar relevantes num mundo que será dominado pela inteligência artificial. Enquanto esperamos o que Musk vai aprontar dessa vez, vale uma breve recapitulação de como estamos nesse mundo da biônica:

Em 2013, foi “montado” (se é que podemos dizer assim), o primeiro homem biônico com diversos órgãos artificiais e próteses que já estão disponíveis no mundo, simulando já dois terços do corpo humano (ainda faltam alguns órgãos como fígado, estômago e intestino). Um detalhe bem interessante é que o Dr. Bertolt Meyer, um dos criadores do homem biônico, tem o mesmo braço biônico que sua criação. Nesse vídeo ele explica como seu braço biônico capta sinais eletrônicos do seu corpo e assim ele consegue movimentar os dedos. Tudo bem, você pode até dizer que esse homem biônico não é um homem de fato, porque não é, digamos, vivo. 

Mas o que falar então dessa arraia biônica de 2016? Como esse vídeo mostra, a arraia é formada por células musculares cardíacas modificadas geneticamente para responderem a luz, de forma que o animal (ou robô, não sei, estou em dúvida) possa se movimentar seguindo um estímulo luminoso. Tudo bem, talvez essa arraia também não seja um organismo vivo de fato. Aliás definir o que é vida, cientificamente, filosoficamente e até mesmo religiosamente é algo bem difícil. 

Agora, fascinante mesmo, foi a notícia de Bill Kochevar, um paciente tetraplégico que conseguiu movimentar o próprio braço (não um braço robótico!) com a força do pensamento, e a ajuda de eletrodos implantados no seu cérebro. 

Para terminar, você deve estar se perguntando assim como eu me perguntei: “ E o Prof. Miguel Nicolelis? E aquele chute inicial da Copa de 2014? ”. Pois bem, em agosto do ano passado foi publicado um artigo na revista Scientific Report demonstrando que o uso prolongado daquele exoesqueleto em 8 pacientes os ajudaram a recuperar até certo ponto o movimento de alguns músculos das pernas, sensações de tato e dor, controle de esvaziamentos da bexiga entre outros progressos, conforme esse vídeo explica. Um abraço biologicamente (e ciberneticamente) engenheirado!



“ Somebody has to do research, if nobody does research, things don’t get done (alguém tem que fazer pesquisa, se ninguém fizer pesquisa, as coisas não acontecem). ” Bill Kochevar.