Estamos em 2017, mas
quem aí se lembra do Policial Biônico de 1987, o RoboCop? Esse é apenas um exemplo
do sucesso que o imaginário biônico faz em Hollywood. Temos o famoso Darth
Vader de Guerra nas Estrelas, o detetive Del Spooner vivido por Will Smith em
Eu, Robô, entre outros tantos. Um órgão, ou um tecido biônico funciona com a
ajuda da eletrônica, da cibernética. Trata-se de toda uma ciência que busca
conectar células e tecidos vivos aos circuitos eletrônicos de um computador, de
um chip, algo realmente incrível! Semana passada foi anunciado que esse ramo da ciência ganhará um importante auxílio, o de Elon
Musk. Se você não o conhece, digamos que Elon Musk é, ou pelo menos pretende
ser, um Barão de Mauá em escala global dos tempos atuais. É o cara por trás da
Tesla (carros elétricos etc) e a SpaceX (aquela dos foguetes espaciais
reutilizáveis). Agora ele vem aí com a Neuralink, uma empresa que vai investir
na conexão do cérebro com computadores. Na opinião de Musk, humanos devem se
tornar ciborgues para continuar relevantes num mundo que será dominado pela
inteligência artificial.
Enquanto esperamos o que Musk vai aprontar dessa vez, vale uma breve
recapitulação de como estamos nesse mundo da biônica:
Em 2013, foi “montado”
(se é que podemos dizer assim), o primeiro homem biônico com diversos órgãos artificiais e próteses que já estão disponíveis no mundo,
simulando já dois terços do corpo humano (ainda faltam alguns órgãos como
fígado, estômago e intestino). Um detalhe bem interessante é que o Dr. Bertolt
Meyer, um dos criadores do homem biônico, tem o mesmo braço biônico que sua
criação. Nesse vídeo ele explica como seu braço biônico capta sinais eletrônicos do seu corpo e
assim ele consegue movimentar os dedos. Tudo bem, você pode até dizer que esse
homem biônico não é um homem de fato, porque não é, digamos, vivo.
Mas o que
falar então dessa arraia biônica de 2016? Como esse vídeo mostra, a arraia é formada por células musculares cardíacas modificadas
geneticamente para responderem a luz, de forma que o animal (ou robô, não sei, estou em dúvida) possa se movimentar
seguindo um estímulo luminoso. Tudo bem, talvez essa arraia também não seja um
organismo vivo de fato. Aliás definir o que é vida, cientificamente,
filosoficamente e até mesmo religiosamente é algo bem difícil.
Agora,
fascinante mesmo, foi a notícia de Bill Kochevar, um paciente tetraplégico que
conseguiu movimentar o próprio braço (não um braço robótico!) com a força do
pensamento, e a ajuda de eletrodos implantados no seu cérebro.
Para terminar, você
deve estar se perguntando assim como eu me perguntei: “ E o Prof. Miguel
Nicolelis? E aquele chute inicial da Copa de 2014? ”. Pois bem, em agosto do
ano passado foi publicado um artigo na revista Scientific Report demonstrando
que o uso prolongado daquele exoesqueleto em 8 pacientes os ajudaram a recuperar
até certo ponto o movimento de alguns músculos das pernas, sensações de tato e
dor, controle de esvaziamentos da bexiga entre outros progressos, conforme esse vídeo explica.
Um abraço biologicamente (e ciberneticamente) engenheirado!
“ Somebody has to do
research, if nobody does research, things don’t get done (alguém tem que fazer
pesquisa, se ninguém fizer pesquisa, as coisas não acontecem). ” Bill Kochevar.